As provocações incômodas de Peter Thiel
Peter Thiel, bilionário e pensador libertário, incumbido pela inovação tecnológica (como fundador do PayPal, investidor do Facebook e cofundador da Palantir), deu uma entrevista franca ao The New York Times. Ele critica o que chama de estagnação do progresso tecnológico desde os anos 70, destacando que avanços significativos pararam após a era dos voos supersônicos e a chegada à Lua. Para Thiel, as áreas cruciais como transporte, energia limpa, saúde e exploração espacial não avançaram suficientemente. Como exemplo, ele cita a falta de cura do câncer e a dificuldade para acelerar viagens acima da velocidade da luz.
Thiel aponta que a atual onda de inteligência artificial, incluindo grandes modelos de linguagem como o ChatGPT, é vista por ele como uma distração das verdadeiras apostas audaciosas que poderiam transformar radicalmente a condição humana, tais como energia abundante e médica que prolonga vida com qualidade, ou colonização espacial para garantir a sobrevivência da espécie.
O empresário sugere que a geração atual de talentos está acomodada, focando em melhorias incrementais e otimizando plataformas online, em vez de buscar inovações disruptivas. Também culpa a cultura de excesso regulatório e ambientalismo radical, que para ele limita a ousadia cientifica e tecnológica.
Além da crítica tecnológica, Thiel faz um alerta político: enxerga risco na ascensão de governos globais autoritários que buscam frear o progresso com discursos de riscos existenciais, e defende a ação humana baseada em valores cristãos, menos burocracia, e coragem para experimentar e inovar.
Embora suas opiniões sejam controversas e algumas inflamatórias, incluindo visões religiosas, seu discurso serve como um convite para refletir sobre a falta de metas ambiciosas na atual fase do desenvolvimento tecnológico. Thiel desafia a sociedade a abandonar o incrementalismo e a recuperar a ousadia que levou os maiores saltos da humanidade no passado, restaurando a visão de um futuro transformador.